Poucos jogadores na história recente do Cruzeiro Esporte Clube viveram os extremos da glória e da adversidade como Rafael Sóbis. De um dos heróis no bicampeonato inédito da Copa do Brasil a pilar na reconstrução do clube durante a Série B, Sóbis se tornou um ídolo incontestável. Em uma conversa sincera no podcast “Um Assado Para…”, ele revelou os bastidores emocionantes de suas duas passagens pelo Cabuloso.
A Glória: O Bicampeonato Histórico da Copa do Brasil
A primeira passagem de Rafael Sóbis pelo Cruzeiro, entre 2016 e 2018, foi marcada por conquistas históricas. Ele foi peça fundamental no time que se tornou o primeiro a vencer duas edições consecutivas da Copa do Brasil, em 2017 e 2018. A equipe, comandada por Mano Menezes, superou gigantes como Flamengo e Corinthians para levantar as taças, consolidando um período vitorioso e colocando Sóbis no hall de campeões do clube.
A Pobreza: A Luta pela Sobrevivência na Série B
O laço de Sóbis com o Cruzeiro se tornaria ainda mais forte em seu retorno, no momento mais difícil da história do clube. Ele descreveu um cenário desolador, muito além do campo. “Funcionário não tinha o que comer”, confessou, revelando que os jogadores precisavam fazer “vaquinhas” para ajudar a equipe de apoio. Sem presidente e com uma gestão ausente, Sóbis e o zagueiro Eduardo Brock assumiram um papel de liderança que transcendia o futebol. “Chegou uma hora que parecia que eu era o presidente do clube”, afirmou.
Ele conta que morou por quatro meses dentro da Toca da Raposa para viver de perto a crise e ajudar como podia , chegando a comprar café da manhã para os funcionários. Foi nesse período de dificuldade extrema que a sua identidade com a torcida se tornou inabalável. “A gente não ama no amor, na riqueza. O amor vem na pobreza. O amor se cria na desgraça”, filosofou Sóbis.
O Legado Eterno de um Ídolo
O carinho da torcida do Cruzeiro por Rafael Sóbis é algo que o impressiona até hoje. Ele relembrou sua despedida, em um Mineirão com 63 mil pessoas, em um jogo que ele quase não participou, mas que aceitou fazer em prol de uma ação social para arrecadar alimentos. Recentemente, ao voltar ao estádio, seu filho chorou ao lembrar daquele momento emocionante. “Lá [em Belo Horizonte] é de ter cuidado. É muito louco”, disse sobre o assédio e o amor dos cruzeirenses.
Através de títulos e, principalmente, de sua postura nos momentos mais sombrios, Rafael Sóbis provou que ser ídolo do Cruzeiro Esporte Clube é sobre caráter, dedicação e um amor que se fortalece na luta. Fontes
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